Foto: Cachoeira no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

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segunda-feira, 30 de março de 2009

Se sou professor(a) é ...

Que tenho tanto a dar...
Que estou sempre a compartilhar....
Que estou sempre a aprender....
Que procuro momentos em que
Possa doar parte de mim a outro
E promover mudanças inexplicáveis
Em cada aluno(a) com quem convivo
Em cada ser com que vivo.

Queridos(as) amigos(as) professores(as), vejo-os(as) como uma explosão de potencialidades e carinho a cada seminário que leio/assisto. Senti vontade de lhes dizer essa poesia escrita acima, porém ela é muito simples para expressar a explosão de humanidade/capacidade/amor embutidos em cada um de vocês.
Com muito carinho e desejando parabéns pelo seu dia/dia-a-dia.
Rosana Tinel

Fotografia Cafeeiro: Plínio Damin

Doar-se! Semelhante ao cafezal em flor/fruto, que simplesmente expressa a força que vêm da alma...

Amantes

Embriagada por um caudal de desejo,
Impregnada de um luar de alegria,
Despiu-se da apatia, envolveu-se num lampejo,
Entregando-se como um sol de pleno dia...

Na sucessão de tanta volúpia incontida,
Esparramou todo o amor, em que pese a dor,
Não doou o corpo, mas, a alma que é vida,
Que é esperança, chama, eterno calor.

Parou o tempo e imortalizou a felicidade,
A um instante fez-se apenas sentimento
Para que amanhã não sentisse saudade
Do amado querido, inolvidável momento.

Sorriu, chorou, tornou-se mulher,
Olvidou a dor, entregou-se ao amor,
Amada, amante, sem pudor qualquer,
Foi feliz, amando, viveu com inteiro torpor.

Para minha mulher e para todas aquelas que ainda amam.

Durival José Gasparoto.

Fotografia Buquê de orquídea natural: Maria de Fátima Garcia

Amantes que se entregam ao instante como o buquê de orquídeas a desabrochar, celebrando a vida.

quarta-feira, 25 de março de 2009

O que pode uma mistura de sonhos????

Apresentação de Nair Heerdt

O que pode uma mistura de sonhos????

No exercício do olhar
Desvia o foco
Mergulha nas águas do caudaloso rio
A irromper
Estórias e ecos
De homens, tempos e lugares

Na Cartografia, pesquisa e cria
Experimenta seguir a si mesmo
Ainda, que impregnado do alheio
Conhece o rumo do sonho
No Ser Professor!

A criar estratégias e desviar o curso do rio
A Delinear novos horizontes e descortinar o inimaginável
As multivozes constituem e desconstituem
Atravessa pontes! Revê posturas
Reinventa o cotidiano

Com Estilo!
Desliza por diferenças...

A embalar
Corpos na dança por trilhas mais amorosas
Multicolorido de bolas e corpos a flutuar no ar
Desvenda os mistérios do “eu” no “outro”
Ao sopro de abalos e rajadas repensa o existir
Rompe fluxos silenciosamente
Ao caminhar pela vila

Na urdidura do tecer
Por entre grãos movediços
A inexplicável magia da escrita
Misturas de sonhos a mover a trama
Em tempo e vida! Presente com laço de fita!
A viver, sonhar e brincar
Ao som de Ravel!

Maria A. S. Damin e Miriam B. Camargo
Bricolagem de fotos: Nair Heerdt

segunda-feira, 23 de março de 2009

Nasceu!

Esticou pendão, esticou... Esticou...
E eu imaginando... O que é isso?
Parece que o cacto tem galhos... Esperei... Esperei...

Hoje levei um susto!
Na ponta do galho uma linda flor branca...
Santa ignorância
Havia me esquecido que os cactos também florescem
Perdoem-me os botânicos pelo uso do galho...

Eram três cactos, pai, mãe e filho,
Juntinhos num pequeno vaso retangular,
Coberto por pedrinhas brancas

O filho deixou a família
Foi escrever sua própria história...
O pai se entregou ao cio da terra
A mãe floresceu na linda flor branca

quinta-feira, 19 de março de 2009

quarta-feira, 18 de março de 2009

Paixão

Entrega a si mesmo,
Desejos da alma,
Atento ao instante
Pequenos detalhes e pistas

Ao deslizar no fluxo da vida
Realidade imanente
Caminho próprio
Imanência inapreensível

Evidente, mas escapa
Excessiva a palavra
O prescindir dela,
A potência do silêncio!

A estética, a poesia
Roçam a imanência dos fluxos
Expõem, não explicam
Sabedoria?
Paixão?

O Sagrado encontro no "outro"
Carícia do sol da manhã
Aquecendo a pele

Alegria e encanto
Na própria companhia
Adulto e criança em mim,
Reencontram!

Paixão!
Mistura Corpo/Ventre/Linda rosa vermelha
De pétalas orvalhadas da manhã
Simplesmente o frescor...Corpo pétalas...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Kalahari

Deserto no coração da África,
Sol escaldante,
Por do sol, explosão de força
Acolhedor colo de mãe
Bosquímanos
Livres em completa sintonia com a vida
A original
Relação com a natureza
Na prática ritual

Em vermelhas dunas de areia
O convite a soltar o corpo
Liberar a mente
Mergulhar na alma
Envolto em banhos de ervas
Em chuveiros ao ar livre,
Ao contemplar as planícies do Kalahari
Até onde a vista alcança

Selvagens?

Ou sabedoria de quem não perdeu a si mesmo.

sábado, 14 de março de 2009

Vale Sagrado de Los Incas

Celeiro,
De seu povo.
Na geometria de seus canteiros,
Irrigados pelo Urubamba,
Serpenteando fazendo
Brotar vida e colorido ao maiz.
Encravado no sopé,
Da cordilheira andina
Revestida de neve eterna.
Desdenhosamente,
Observada pelo condor
Com suas asas gigantes
A planar na busca de sua presa.

Aí vive um povo simples e puro
Que conserva fragmentos da tradição
De uma cultura extinta
Pela cruel ambição do colonizador espanhol.
Na figura lúgubre de Francisco Pizarro,
E na traição do capelão Valverde,
Deu-se cabo a vida,
Do jovem inca Atahualpa
Representante de um império de glórias.
Lançando o povo peruano
Num mar de sombras e tristezas.
Quiçá um dia recuperem
O legado de seus ancestrais.

Esse vale exuberante
Na contínua explosão de vida
Vinga-se do abutre,
Estrangeiro,
Que levou do povo inca,
Seus sonhos e riquezas.

Instante

Paisagem prateada refletida na vidraça.
Velas de luz a exalar perfumes
Música a desenterrar memórias,
Corpos a bailar! Feitiço infinito!
Instante.

O “outro” tão familiar! Distante, estranho...
Alado?
Olhos fixos na lua cheia em início de declínio
A desnudar o vale das sombras da noite
Seguindo sua rota sobejamente
Misteriosamente!

Nas palavras
Você merece este lugar
Ou melhor,
Este lugar te merece
Delicada musicalidade

Absorto, entregue à magia do instante.
Imensa doçura no toque e olhar
A despertar espíritos adormecidos,
Imersos no oceano de mistérios

Dor, saudade de algo inexplicável!
Morada ancestral?
Incompletude? Perplexidade?
Inexplicabilidade da existência?