Árvores com raízes à mostra, telhados esburacados,
paredes lascadas...
Ruas cobertas com galhos, violentamente lançados ao
chão,
Entulhos de todos os tipos, postes dobrados.. Apavorante!!!
O belo São Conrado parecia àquelas
imagens longínquas da TV
Eu nunca havia visto nada
semelhante
Casas não habitáveis, outras
destelhadas completamente e a maioria parcialmente.
Árvores deitadas ao chão com ruas
sem passagem,
Lágrimas a rolarem... Lugares
irreconhecíveis...
Redemoinhos a rodopiar velozmente
Um deles gira no ar, um grande
cinzeiro de cristal...
Varrendo em círculos, um corredor interno
da bela casa, na Leblon.
Felizmente... Escolhe!
Explodir o vidro lateral e continuar
sua fúria do lado de fora...
Alívio em nos perceber vivos sem grandes arranhões
físicos...
Furacões explodem casas!
Tempestades emocionais expõem crateras em carne
viva,
Trazendo à tona memórias ancestrais
Repetidas em relações humanas, pautadas por “jogos
de poder”.
Onde reina a competição, bajulação e interesses
outros...
“Jogo de poder” a roubar energia... Na “farsa”, no
faz de conta...
Jogamos sem perceber! A destruir... Autoestima,
dignidade, respeito...
Dissipar tempestades emocionais na expressão de
inquietações...
De forma simples e amorosa... Um exercício nem
sempre fácil,
Mergulhar em quem sou. Que desejos são realmente
meus?
Desarmar, abrir mão do “jogo”, do ter razão...
A tempestade no São Conrado uniu pessoas. Magicamente,
em poderosos “encontros”.
Mulheres, homens, crianças, juntos a espalhar
carinho, afeto, suor...
Na reconstrução de casas afetadas
O ”desapego” às antigas coisas guardadas nos sótãos
das casas,
Em nossos campos de memória... Vão se escorrendo...
Abrindo espaço para seres outros, em que vamos, nos
tornando.
Misturados uns com os outros com a chuva, o vento,
o luar, o brilho do sol.
Árvores a brotar nas ruas e jardins...
Deixando-se fecundar pelo fluxo da vida...
A criar “campos intensivos”, a formar e desvanecer.
Em “encontros” com ideias, coisas, pessoas, que nem
sabemos quem são...
Talvez, aí habite a força do existir... Uma arte a
se exercitar
Que poesia linda sobre a nossa tragédia e os nossos encontros, a distribuição e reflorescer! Adorei, Parabéns!
ResponderExcluir