Ao ler as memórias da Nair
Sobre a produção
De farinha de mandioca no Maranhão
Fui arremessada à casa da vó Rosa
A fazer bijus de mandioca
Na imagem congelada
Ela dança em um vestido azul florido
Ela dança em um vestido azul florido
Pra lá e pra cá
Mexendo com uma enorme colher de madeira
Uma pasta de mandioca ralada.
Uma pasta de mandioca ralada.
Em seguida
Espalma-a no fundo do tacho de cobre
Postado acima das labaredas
Em uma fogueira perto da mata
Espalma-a no fundo do tacho de cobre
Postado acima das labaredas
Em uma fogueira perto da mata
Imediatamente
Bijus se descolam do fundo
Bijus se descolam do fundo
Formando rolinhos brancos aerados como renda
Hummmm! Isso com feijão fumegando!!!
Suas mãos continuam a deslizar apressadamente
Na superfície do tacho vermelho em brasa
E, enrolam bijus e mais bijus
Venha, venha, venha...
Corre... corre...
Maria, João, Bastião, Ana, Joaquim
Laza, Lazo
Venha, venha
O biju tá pronto
Era um dia ensolarado, de céu de brigadeiro
Na superfície do tacho vermelho em brasa
E, enrolam bijus e mais bijus
Venha, venha, venha...
Corre... corre...
Maria, João, Bastião, Ana, Joaquim
Laza, Lazo
Venha, venha
O biju tá pronto
Era um dia ensolarado, de céu de brigadeiro
Eu lá a cismar e agora a cá...
Como pode?
Espalmar a mão no tacho em brasa
E não queimar...
E não queimar...
E, minha mãe em noites de São João
A andar em cima do braseiro descalça
Também não queimava...
Como pode?
Fotografia "San Conrado": Aline Bitencourt