Foto: Cachoeira no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

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quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Noivo e a Bruxa

Velha mãe amargurada na ausência da filha
Busca alívio da dor, saudade,
Tentando odiá-la na neta adolescente,
Belo ser alado, que cada dia mais, lembra a filha
Morada à beira do lago, cantinho do vale,
Rodeada por erva santa
Casinha de madeira!

Bela neta!
Longos cabelos negros de olhar penetrante
Vestes surradas e rasgadas
Acaricia animais e gente.

Mãos de cura!Irradiação de amor!
Enlaçada ao braço, traz uma trochinha em tecido florido,
Com folhas secas de erva santa
No vilarejo esparge a erva macerada
No rasgo da perna, da pequena menina,
Que imediatamente se fecha.
Tire as mãos de minha filhinha!
Berra a mulher.
E o povo grita!
Bruxa! Bruxa! Bruxa!
Saia daqui! Saia daqui! Saia daqui!

Diferente! Estranha! Marcada!
É chamada urgente a socorrer
Irmão gêmeo do noivo
Machucado na luta,
Não vá embora! Não vá embora! Não vá embora!
Você tem que se casar!
Salvar a família da bancarrota!

Gêmeo curado

Jantar de noivado,
Casebre, cavalo, vinha seca, vida vazia,
Dote da noiva, remédio, miséria infinita,
Noivo em sacrifício!

Rompe laços de sangue,
Rumo ao encanto da memória do lago,
Noite de amor ao luar!
Belo! Imenso!
Rasga a brisa no peito,
Sopra face, esvoaça cabelo.
Cavalga! Cavalga! Cavalga!
Planando...
Jovens amantes,
Noivo e Bruxa,
Forjam seu destino.

Postado por Maria Aparecida da Silva Damin às 22:48 1 comentários
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